Isabel e Maria

"Naqueles dias levantou-se Maria, foi apressadamente à região montanhosa, a uma cidade de Judá, entrou em casa de Zacarias e saudou a Isabel. Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo,e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!E donde me provém isto, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria dentro de mim". [Lc 1:39-44]

Isabel - da linhagem sacerdotal, descendente de Arão, judia por excelência, mãe do profeta judeu João Batista, cujo nascimento foi revelado através do Sacerdote Zacarias, seu esposo.

Maria - desposada com um descendente da Casa de Davi, judia da cidade simples de Nazaré, mãe do Messias Jesus, cujo nascimento foi revelado através de uma visitação direta do Espírito Santo.O que estas mulheres têm para nos dizer? Qual o significado profético deste encontro que despertou de maneira tão profunda um feto no ventre materno? Não é difícil constatar que há algo de transcendental nesta visita de Maria a Isabel e, indubitavelmente, nas próprias vidas destas duas servas de Deus.

Avaliando com olhos proféticos, vemos em Isabel, uma mulher em idade já avançada, a essência e o princípio da Aliança de Deus com os homens. Isabel, neste contexto, representa a Comunidade de Israel selada por D'us numa Aliança, a primeira aliança, revelada nas Escrituras Hebraicas (Velho Testamento ou Tanach).
Nesta Aliança, Deus se comunica através do Sacerdote e é por este meio que Isabel recebe a revelação do seu filho, que, diga-se de passagem, era todo profético, na mais pura expressão da manifestação profética bíblica: revelado no Santo dos Santos, chamado nazireu deste o ventre, separado para o serviço de D'us na unção de Elias, até hoje considerado o maior profeta de Israel.

Enfim, a experiência de Isabel é plenamente judaica, historicamente judaica e espiritualmente ligada às expectativas judaicas messiânicas. Já em Maria, uma mulher bem jovem, surge, maravilhosamente, a Nova Aliança, ou melhor, o amadurecimento e a plenitude da primeira Aliança (a Brit Hadashá ou Novo Testamento). Isso está evidente no filho concebido e revelado diretamente pelo Espírito de Deus. Aqui, Deus se comunica sem intermediários e faz Maria olhar para a Primeira Aliança, buscar nela a sua referência, orientação e força. Sim. Por que o Senhor levou Maria a Isabel logo após ela saber da sua gravidez? O que o Senhor queria com isso? Esta foi apenas uma visita casual de duas parentes? É claro que não! Pois o filho de Isabel era João, o Batista, o "Elias" prometido há anos aos judeus. E o Filho de Maria, o Messias prometido, o "Yeshua" - Salvação - o Autor e Cumpridor da Nova Aliança, que seria antecedido e anunciado por Elias e restauraria o Reino a Israel.

Este encontro já estava pré-determinado desde a fundação do mundo. E foi o elo entre o passado e o futuro, de modo que Maria não pode desprezar Isabel, pois a Antiga Aliança não é inferior à Nova. E Isabel não pode desprezar Maria, pois a Nova Aliança não é inferior à Antiga. A Nova é o amadurecimento da Antiga. E sem a Antiga a Nova não existiria.Clareando a revelação, a Antiga representa Israel e a Nova, a Igreja. E o que fica evidente é que Israel não pode desprezar a Igreja e a Igreja não pode desprezar Israel. Mas ambos devem se encontrar e se abençoar. E que benção quando Isabel e Maria se encontram! Tal qual, é uma benção quando Israel e Igreja se encontram! É interessante notar que foi Maria quem foi de encontro a Isabel. A Nova Aliança teve a iniciativa de visitar a Antiga ou Primeira.

Mas quando Isabel recebeu Maria, olhou e viu Jesus, o Messias, em Maria. Ou seja, a Antiga Aliança acolheu a Nova e a reconheceu com júbilo e benção. Esta verdade nos indica o Plano e Vontade do Eterno Deus ali, naquele encontro de duas mulheres profetizado: O Messias da Nova Aliança veio para visitar Israel e Israel percebeu, recebeu e exaltou o Messias da Nova Aliança. Mas será que foi bem assim? A história nos mostra que Israel não percebeu o Messias tanto assim. E, por outro lado, a Igreja do Messias também não foi visitar Israel como deveria.

Mas D'us profetizou. E se Ele determinou, quem invalidará?
Como afirma Watchman Nee, em seu Livro "A Igreja Gloriosa", Editora Árvore da Vida, "Muitas vezes parece que a obra de D'us não é bem sucedida, mas Ele diz: "Eu sou o Alfa e o Ômega". É Deus quem fez o plano original e é Deus quem também o levará ao seu cumprimento final. O homem pode falhar e falhará, mas Deus é o Ômega. O homem pode dizer isso e aquilo, mas D'us tem a última palavra. Ele é o Ômega. Por que Ele efetivou este Encontro Profético? Porque Ele quer dizer-nos que cumprirá o Seu plano. Ele atingirá Seu alvo, Ele cumprirá o que começou. Desde que é D'us quem faz, Ele prosseguirá até o fim. Ele nunca cessará. Ele vai alcançar seu objetivo!" Isso significa que a Igreja vai visitar Israel e que Israel verá Jesus na Igreja! Esta é a meta Divina e esta deve ser a nossa meta. Visitemos, pois, à "Isabel", com respeito e reverência. E, pela nossa iniciativa, juventude, unção e chamado divinos manifestos, deixemos que "Isabel" veja o Messias em nós! Esta é a glória de Deus aguardada para este tempo! E Bendito seja o Autor da Aliança, em seus princípios e em sua plenitude! E Benditos sejam os herdeiros da Aliança, achados entre os judeus e entre os gentios!

 Amém e Amém!


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