Judeus e cristãos reconhecem: Deus ordenou a Moisés a construção de uma arca de madeira, onde foram colocados um vaso com o maná, a vara de Arão que florescera e as Tábuas da Aliança que Deus fez com os homens, ou seja, a Tábua dos Dez mandamentos. Esta arca constituiu-se, sempre, no lugar mais sagrado do Tabernáculo erigido por Moisés e, posteriormente, do Templo de Jerusalém. Era a Arca da Aliança que ficava no lugar mais santo do Templo e era ela que ficava separada por um véu, o mesmo véu que foi rasgado de cima a baixo quando Jesus expirou na cruz. O que fazia desta Arca tão Santa? E porque foi chamada de Arca da Aliança? O fato é que, dentro dela estão as provas materiais da Aliança que o Deus Único e Verdadeiro, o Criador do Universo, fez com toda a humanidade, através de seu servo Moisés e de seu Povo escolhido, Israel.
Na verdade, as Tábuas da Aliança, ou Tábuas da Lei, ou Dez Mandamentos, ou Decálogo são a aliança de Deus com o Povo que o busca e o tem como Deus. Elas são as suas orientações básicas como o nosso "fabricante". A partir delas todos os ensinamentos bíblicos se firmaram e sobre elas foi através dos séculos foi sendo edificada a fé dos crentes no Único Senhor e Deus, o Deus de Israel. E este era o conteúdo mais importante da Arca, o que a fez chamada de Arca da Aliança, exatamente por conter as Tábuas da Aliança. O mais significativo de tudo isso, porém, é que existe uma arca exatamente igual a esta no céu. É o Apóstolo João quem nos revela isso: "E abriu-se no céu o templo de D'us, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva." (Ap 11:19) . É interessante notar que, na visão celestial de João, os acontecimentos são exatamente os mesmos que ocorreram quando as Tábuas foram entregues a Moisés, no Monte Sinai:
"E aconteceu que, ao terceiro dia, ao amanhecer, houve TROVÕES e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial.
E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte. E todo o monte Sinai fumegava, porque o SENHOR descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente. ENTÃO falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR teu D'us, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou D'us zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu D'us; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou. Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá. Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso retirou-se e pôs-se de longe."(Êx 19:16-18; 20:1-18)
O que podemos dizer diante destas coisas? Se no que diz respeito às coisas do tempo do fim, o que João vê a nível do santuário de Deus é a Arca da Aliança, rodeada do mesmo poder e da mesma glória com que foi entregue ao Povo de Israel, temos nós algum direito de dizer que as Tábuas da Aliança ou as Tábuas da Lei estão ultrapassadas e já não servem para nós hoje? Estas Escrituras deixadas pelo Apóstolo João nos atestam exatamente que elas são irrevogáveis, que permanecem válidas até hoje e no futuro ainda valerão. Elas se constituem numa norma estabelecida por Deus para toda a humanidade, ainda que dada através de um Povo, o seu Povo escolhido exatamente para alcançar todas as nações, o Povo de Israel.
Diante disso, resta-nos perguntar a nós mesmos: Como estamos com relação a estas normas? Todo o conjunto de Ordenanças, instruções, ensinamentos, ali devidamente selecionados e colocados, o que representam para nós? Apenas um quadro na parede? Uma referência histórica e nada mais? Uma lei para o Povo de Israel e só para ele, e que não nos pertence? Há quem afirme que as Palavras das Tábuas da Aliança são sim válidas até hoje, mas... temos que fazer algumas alterações... Não é bem tudo, são só partes...
No entanto, o conteúdo das Tábuas são um documento só, uma só orientação, com começo, meio e fim, uma só aliança, feita com dez cláusulas. Seu autor foi Deus, está claro e Ele, como Soberano, até poderia modificá-la. Mas isso não seria digno de um Deus Fiel e Justo, pois, quem rompe uma aliança, que justiça e fidelidade demonstraria? Além disso, se Ele porventura houvesse revogado esta aliança, o teria dito, claramente. Mas, definitivamente Ele não o fez e nós desafiamos a que alguém prove, na Bíblia, onde Ele teria desfeito esta aliança, ou anulado alguma de suas cláusulas. Porque Ele não o fez! Jamais!
Desta forma, aqui está o nosso grande desafio num tempo profético como o que vivemos: Temos cumprido a nossa parte na Aliança? Se ela está no céu, nos aguardando, como nos apresentaremos diante dela? Com muitas desculpas ou com uma consciência limpa, reta e digna, certos de que a reconhecemos e respeitamos como Palavra e Orientação de Deus? E se só agora atentamos para isso? Que privilégio, não? Então nos arrependamos pela desobediência até então e vivamos de acordo com a aliança. Porque, certamente, ela nos é vida e não morte e o que ela traz sobre nós é Poder de Deus e não condenação!