Soldados armados nas ruas. Casas invadidas e saqueadas Pessoas ridicularizadas em público. Prisões e mortes brutais, sem acusações, julgamentos ou mesmo o menor crime cometido. Corpos magérrimos clamando por socorro e outros, mortos, amontoados, em valas comuns. Uma fumaça negra no ar, liberando cinzas, sabe-se lá de quantas crianças, doentes e idosos... Tudo isso como um filme passado, não no cinema, mas na tela das janelas de muitos. E estes, simplesmente a olhar, por trás das cortinas...
Não é preciso ser muito erudito, nem muito estudioso para compreender que todo este quadro descrito diz respeito ao atroz Holocausto Nazista, que dizimou nada mais, nada menos do que seis milhões de judeus. Mas será que sabemos quem foram estes que assistiram todo o quadro por detrás das cortinas?
Poderíamos reconhecer ali os alemães comuns, ou os parentes dos soldados de Hitler, ou até, quem sabe, os próprios mandantes de todo este crime humanitário. Mas havia ali, por trás das cortinas, pessoas também comuns, mas distintas, por fazerem parte de um Grupo especial na Terra - a Igreja de Jesus. E, apesar de serem seguidores do maior justo que já andou por aqui e de proclamarem a justiça, simplesmente assistiram a toda a esta injustiça, passivamente.
Não podemos ser injustos, certamente, com os poucos que se mobilizaram e até foram presos e mortos juntos aos judeus, como o exemplo da Família Boom, cuja história é heroicamente retratada no Filme "O Refúgio Secreto". Mas precisamos ser honestos na nossa avaliação: Onde estavam os seguidores do judeu Jesus naqueles dias? E por que se acovardaram ou simplesmente concordaram com tudo aquilo, mantendo-se calados, omissos e apenas observantes passivos?
Há quem diga que Israel mereceu o Holocausto. E nós buscamos nas Sagradas Escrituras algumas verdades acerca de Israel:
"Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem".(Gn 12:3);
"Eis que envergonhados e confundidos serão todos os que se irritam contra ti; tornar-se-ão em nada; e os que contenderem contigo perecerão." (Is 41:11);
"Tu não temas, servo meu, Jacó, diz o SENHOR, porque estou contigo; porque porei termo a todas as nações entre as quais te lancei; mas a ti não darei fim, mas castigar-te-ei com justiça..." (Jr 46:28)
Poderíamos citar muito mais do que o Deus de Israel nos deixou registrado sobre a sua longa e eterna história de amor para com os descendentes de Abraão. Mas não queremos aqui delongar muito o assunto, mas apenas levantar a questão: A Igreja, a verdadeira Igreja de Jesus, ainda continuará omissa com relação a Israel?
Se o Holocausto acontecesse hoje, assistiríamos tudo como os nossos "pais", por detrás das cortinas? Ou seríamos ativantes da justiça, como nos tem ensinado o Nosso Mestre Jesus? Por que é muito fácil dizer: "eles mereceram!" Mas será que Deus assinou embaixo das atrocidades de Hitler? E será que o que Ele imaginava era que os seguidores de Seu Filho, o Judeu Jesus, ficassem de braços cruzados ou mesmo concordassem com tudo o que aconteceu?
Sem dúvida, a Soberania de Deus prevalece. E muitas vezes Ele permite certas situações que nós não compreendemos. E o Holocausto é um exemplo. Mas será que não foi para que nós, Igreja, socorrêssemos os Judeus e, por esta atitude, contribuíssemos para a sua aproximação do Seu Messias?
O fato é que todas estas considerações não dizem respeito só ao passado, mas ao presente e ao futuro. Porque a chamada "Angústia de Jacó" é um tempo determinado sobre Israel, não mais como castigo, mas como redenção. E, definitivamente, Israel não pode cair de novo nas garras do inferno. E quem é que vai impedir isso, senão a Igreja, a verdadeira Igreja de Jesus? Porque a igreja esperada por Deus no tempo do fim é essa: um povo que se levanta com misericórdia e amor para com Israel. E isso porque está profetizado:
"Portanto, eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que nunca mais se dirá: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito. Mas: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais. Eis que mandarei muitos pescadores, diz o SENHOR, os quais os pescarão; e depois enviarei muitos caçadores, os quais os caçarão de sobre todo o monte, e de sobre todo o outeiro, e até das fendas das rochas. " (Jr 16:14-16)
Isso significa que depois de todos os castigos sofridos pelos israelitas, chegaria um tempo de restauração, onde eles voltariam não só para a Terra de seus Pais, a Terra de Israel, mas também para o Seu Deus. E "pescadores" seriam levantados por Deus mesmo, para buscá-los e levá-los de volta, à sua Terra e ao Seu Deus. E quem mais são estes pescadores a não ser os verdadeiros crentes no Messias de Israel? Quem, a não ser a verdadeira Igreja de Jesus tem o necessário para demonstrar amor e misericórdia para com o Povo Judeu?
O apóstolo Paulo, judeu, chamado a ministrar aos gentios, deixou bem claro:
"Porque assim como vós também antigamente fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles", Assim também estes agora foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada. Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia." (Rm 11:25- 32)
Que benção, não? Deus é perfeito e exatamente por isso estende sobre todos a sua misericórdia, sendo completamente fiel às suas promessas, apesar da nossa infidelidade. Por isso Paulo completou estas suas palavras com esta sublime exaltação:
"Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém." (Rm 11:33-36)
Aleluia! Ou, como diriam os judeus, "Baruch Hashem!" (Deus seja louvado ou Bendito seja o Nome). E o que concluímos é que todas estas verdades nos falam, pois, que a Igreja de Jesus, a VERDADEIRA IGREJA, é preciso frisar, não pode mais se calar e nem ficar por detrás das cortinas.
Antes Deus a chama para participar desta redenção final do Povo de Israel que trará a redenção de toda a Terra. E novas ondas de anti-semitismo têm surgido em todo o mundo. O tempo, pois, de agir, é agora. Qual será a nossa atitude? Encerramos com esta significativa frase do escritor judeu Jules Isaac: "O anti-semitismo dos cristãos e o anticristianismo dos judeus, são uma igual injúria a Deus".