Copta: Esse é o Novo Testamento do Egito. Há duas variações desse texto, dependendo de sua localização geográfica. O saídico veio do sul do Egito, contando com manuscritos desde o século IV. O boárico veio do norte do Egito, contando com um manuscrito do século IV, mas os demais são de origem bem posterior. Nos séculos depois do século IV, os manuscritos coptas foram muito multiplicados, pelo que há inúmeras cópias pertencentes à esta tradição. Formam um grupo valioso, pois são de caráter "alexandrino", concordando com os manuscritos gregos mais antigos e dignos de confiança.
Armênio: Essa tradição começou no século V. Com excessão do latim, há mais manuscritos dessa tradição do que qualquer outra. Já foram catalogados 2000 deles. A versão armênia tem vários representantes do tipo de texto "cesareano", mas muitos pertencem à classe bizantina.
Geórgico: Os georgianos eram um povo da Geórgia caucásia, um agreste distrito montanhoso entre os mares Negro e Cáspio, que receberam o Evangelho durante a primeira parte do século IV. Supomos que a tradição geórgica dos manuscritos começou não muito depois, mas não há quaisquer manuscritos anteriores ao ano de 897. O seu tipo de texto é cesareano.
Etíope: Essa tradição conta com manuscritos datados desde o século XIII. Há cerca de 1000 desses manuscritos, essencialmente do tipo de texto bizantino.
Gótico: Algum tempo depois dos meados do século IV, Ulfias, chamado o apóstolo dos godos, traduziu a Bíblia do grego para o gótico, uma antiga língua germânica. Agora há apenas fragmentos, do século V em diante. São essencialmente do tipo de texto bizantino, com alguma mistura de formas ocidentais. O texto bizantino, entretanto, é uma variedade anterior àquela que finalmente veio a fazer parte do Textus Receptus.
Árabe e Persa: Alguns poucos manuscritos tem sido preservados nesses idiomas; mas são de pouca importância no campo da crítica textual. Quanto à versão árabe, os problemas de estudo são complexos e continuam sem solução, pelo que é possível que ela seja mais importante do que se tem suposto até hoje.
A LÍNGUA DO NOVO TESTAMENTO
Não se pode reconstruir o pensamento cristão primitivo se não se der atenção ao estudo acurado da língua grega durante o primeiro século. Os elementos auxiliares aqui indicados visam a uma introdução.
O GREGO COINÊ
O grego coinê existia lado a lado com a língua nativa; aquele era um mundo bilingue (talvez trilingue). Jesus e seus discípulos dirigiam-se às multidões em grego3, mas é certo que também utilizavam o aramaico, sua língua materna em outras ocasiões. O coinê era a língua do povo que não teve escola e que não possuía dotes literários. O coinê parece ter sido a linguagem da experiência humana, própria para a boca do homem e mulher comum, cuja lógica se movia em termos, não de argumentos eruditos, mas da metáfora colorida e cujas mentes eram ocupadas menos com o significado da vida do que com vivê-la. O coinê do Novo Testamento não tinha as qualidades artificiais sofisticadas do reavivamento ático, que possuía todos os tons da vida do povo em ebulição. Influências estranhas Há no grego do Novo Testamento traços hebraicos inquestionáveis. Resultam da influência do Velho Testamento hebraico e da Septuaginta. Muito da terminologia do Novo Testamento, em seus característicos semânticos, só pode ser explicado pelo Velho Testamento. A palavra nomo, no grego clássico significava "estatuto" ou "regra fixa".