Não se sabe quando as palavras do Senhor (At 20.35 e I Co 7.10) foram registradas por escrito pela primeira vez. Porém, em mais ou menos 58 D.C., quando Lucas escreveu seu Evangelho, muitos já haviam empreendido esta tarefa (Lc. 1.1). Pode ser que a Epístola de Paulo aos Gálatas fosse escrita tão cedo como em 49 D.C. É claro que a Epistola foi escrita antes de sua morte em 62 D.C. e as outras Epístolas de Paulo e Pedro, antes da morte deles, na época de 68 D.C. A maior parte do Novo Testamento já estava escrita antes da queda de Jerusalém em 70 D.C. O Evangelho e as Epístolas de João, e o Apocalipse, certamente foram completadas antes do fim do primeiro século.
O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO E OS PAIS DA IGREJA
Escritores "evangélicos" no fim deste mesmo século mostram que conheciam os evangelhos e epístolas. A atitude dos cristãos em face das normas da doutrina cristã que encontramos no fim da época apostólica (isto é, mais ou menos em fins do século I d.C.) podem ser encontradas no princípio da era pós-apostólica, principalmente na fase mais antiga dos pais apostólicos.
CLEMENTE, Bispo de Roma - Cerca de 95, escreveu uma carta a Igreja de Corinto, e nesta carta menciona, I Coríntios, Efésios, I Timóteo, Tito, Tiago, o evangelho de João e Hebreus.
INÁCIO, Bispo de Antioquia - Antes de 117, deixou sete cartas e nelas menciona passagens dos evangelhos, especialmente Mateus e João e as cartas paulinas, colocando os escritos do Novo Testamento num plano de autoridade superior aos do Velho Testamento, em virtude da clareza de seu testemunho.
INÁCIO, Bispo de Antioquia - Antes de 117, deixou sete cartas e nelas menciona passagens dos evangelhos, especialmente Mateus e João e as cartas paulinas, colocando os escritos do Novo Testamento num plano de autoridade superior aos do Velho Testamento, em virtude da clareza de seu testemunho.
POLICARPO, que conhecia João pessoalmente, escreveu uma carta em cerca de 105-108, que menciona cartas de Paulo como autoritativas, principalmente Filipenses, mas revela conhecimento de Mateus, Atos, Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, I e II Tessalonicenses, I e II Timóteo, I e II Pedro e I João. Estes escritores distinguiram claramente entre seus próprios escritos e os escritos dos apóstolos, atribuindo a estes últimos, inspiração e autoridade. Demonstram estes escritores que, mesmo nesta data primitiva, os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento, já se achavam em circulação e eram honrados tanto nas igrejas do ocidente como do oriente. 100-150 D.C. - As Escrituras do Novo Testamento lidas nas Igrejas
PAPIAS - Cerca de 140 D.C. testifica que "a voz viva dos presbíteros ia sendo substituída pela autoridade da palavra escrita". Nos escritores deste período há referências claras a todos os livros do Novo Testamento, com exceção a 6 ou 7 das epístolas mais curtas; ele atesta a existência de Mateus e Marcos e o caráter apostólico destas obras.
JUSTINO, o Mártir (148 D.C.) - fala das recordações dos apóstolos e os que seguiam como sendo lidas nas igrejas. Tanto hereges, como cristãos ortodoxos, testemunham a sua autoridade, muitas vezes citando o Novo Testamento e acrescentando "como está escrito".