Todos estes manuscritos são assaz difíceis de ler. As palavras, as frases e os parágrafos não são separados por espaço algum, e não encontramos nem acento nem sinal de pontuação. Seis manuscritos em maiúsculas são muito importantes:

o Vaticanos (designados por "B" nas edições críticas), assim chamado porque é conservado na biblioteca do Vaticano. Datando do século IV, é o mais antigo de todos os manuscritos sobre pergaminho.

O Sinaíticus (designados por "X"), descoberto em um convento do Sinai, no século IX, vendido em 1933, pelo governo soviético ao British Museum em Londres, também deve datar do século IV.

O Alexandrinus (designados por "A"), trazido de Alexandria a Inglaterra no século XVIII e igualmente conservado no British Museum, data do século V.
O Códex Ephrem (designado por "C"), e uma "palimpsesto", que quer dizer que o texto primitivo, um manuscrito do Novo Testamento datando do século V, foi apagado no século XII por um copista que se serviu do pergaminho para nele copiar tratados de Ephrem da Síria.

Felizmente, o texto primitivo não desapareceu totalmente e pode ainda ser lido sob o texto medieval por olhos peritos (trabalho penoso, facilitado hoje em dia pelos processos técnicos modernos). Este manuscrito é conservado em Paris, na Biblioteca Nacional. Estes quatro primeiros manuscritos não diferem entre si a não ser por "variantes" de pormenor. Dois outros manuscritos (designados por "D") apresentam, com os quatro precedentes, grande número de variantes e particularmente notória. Datam ambos do século VI. O primeiro: Códex Bezae Cantabrigiensis deve seu nome ao fato de ter pertencido, assim como aliás também o segundo, a Theodoro de Beza, amigo de Calvino, e que em 1581, seu proprietário o ofertou a Cambrige. Escrito sobre duas colunas, a primeira contendo texto grego, a segunda a tradução latina, oferece somente os 4 evangelhos e o livro de Atos dos Apóstolos.

Hoje em dia, após os achados do Qumran, existem vários manuscritos que estão sendo estudados e também são apresentados ao público em geral. Eles encontram-se em Jerusalém, no Museu do Livro. Ali percebemos o autêntico milagre de preservação dos mesmos, pois encontram-se alguns inteiros e outros fragmentados de tal forma que é preciso "monta-los" como a um quebra-cabeças para descobrir-se de que manuscrito se trata.

A ciência tem colaborado muito para desvendar este quebra-cabeças. Os manuscritos são feitos de pele de carneiro, e cada um deles está passando por um teste de DNA. Este teste determina que pedaços pertencem aos manuscritos mais "completos", pois o DNA possui o código genético de cada animal em particular. Assim torna-se impossível "juntar" pedaços diferentes!

AS VERSÕES DO NOVO TESTAMENTO
Há importantes traduções do original grego do Novo Testamento para dez idiomas antigos, conforme descrição abaixo: Latim: A tradição latina começou em cerca de 150 D.C. O "Latim Antigo" (anterior à "Vulgata") conta com cerca de 1000 manuscritos. Após o século IV, a versão latina foi padronizada na Vulgata. Há cerca de 8000 traduções latinas do tipo Vulgata, pelo que a tradição latina conta com cerca de 10.000 manuscritos conhecidos, ou seja, mais ou menos o dobro dos manuscritos em grego. Siríaco: Quanto ao siríaco antigo há apenas dois manuscritos, mas revestem-se de grande importância. Datam dos séculos IV e V. A tradição siríaca foi padronizada no Peshitto, do qual há mais de 350 manuscritos do século V em diante.

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