O Novo Milênio e a Nossa Responsabilidade

Estamos numa época muito significativa. Mais um ano se vai e mais um ano tem início. Há muitas comemorações neste período, nos locais de trabalho, escolas, entre os amigos e familiares. Instituições e Igrejas promovem eventos especiais. E o clima fica mesmo diferente e parece que uma emoção nova nos incomoda e não sabemos se é bem para rir ou para chorar.

O fato é que um período do nosso calendário vai se renovando e, inevitavelmente, somos "incomodados" pelo próprio tempo. É como se, sem ser convidado, ele, o tempo, fosse entrando em nossa casa, tomando assento em nossa sala, deitando em nossa cama, mexendo nas nossas gavetas e dispensas e nós ficássemos como que "sacudidos" e "assustados", festejando junto com ele, não sabendo bem o quê. E ainda tendo a sensação de que algo novo está por vir e não sabemos se estamos preparados para tal.

Mas uma coisa é certa e a mídia nos lembra a todo instante: "Adeus Ano Velho e Feliz Ano Novo!!!" Sim. É mais um ano que vai sendo contado no Calendário Gregoriano, que passou a ser o calendário oficial de quase todo o planeta Terra.

Este calendário foi instituído pelo Papa Gregório XIII (1502-1585), propondo alterações ao Calendário Juliano, que, por sua vez, era baseado no Calendário Romano, e que variava de acordo com os trabalhos da agricultura e as idéias políticas e religiosas dominantes. Este calendário é organizado com vista especificamente à revolução da Terra em torno do Sol.

O Calendário Bíblico, diferentemente, é baseado no ciclo lunar, sendo que os meses têm início a cada lua nova e têm nomes bem diferentes dos meses do calendário gregoriano. Só para exemplificar, neste mês de dezembro estamos no mês de Kislev, que começou no dia 28 de novembro e vai até o dia 26 de dezembro.

O Novo Ano Bíblico, que é o Novo Ano Judaico, já se iniciou, no pôr do sol do dia 29 de setembro. O ano de 5761 foi, portanto, comemorado nesta data pelos juD-us de todo o mundo, numa festa especial chamada Hosh Hashaná e também Festa das Trombetas.

Rosh Hashaná significa, literalmente, cabeça do ano. Diz-se cabeça do ano pois o homem usa a cabeça para organizar sua vida e suas ações. E em essência, o ano novo judaico não é uma ocasião para quaisquer excessos. Muito pelo contrário, entra-se num período de reflexão, de recordação e de planejamento. É costume nas Sinagogas tocar-se o Shofar (Trombeta feita de chifre de carneiro) nesta época. O Shofar é um sinal de alerta. Um chamado para voltar-se para o Eterno Nosso D-us; um chamado para a auto-análise; um chamado para fazer "Teshuvá", termo hebraico que significa retorno, arrependimento, resposta ao chamado de D-us.

Não é este é um oportuno e importante exemplo para nós?

Ao finalizarmos o ano de 2000 e inaugurarmos o novo milênio, não é o momento melhor do que qualquer outro para fazermos uma auto-avaliação?
Quem temos sido?
Como temos vivido?
O que temos feito e o que temos deixado de fazer?
Que ações precisam cessar e quais iniciar?
Como podemos qualificar nossas palavras, nossos atos, nossos relacionamentos?
Fizemos o que deveríamos ter feito?
Deixamos de fazer o que era necessário?
Ficamos omissos e acomodados em algum assunto relevante para o Reino de Deus?
Como nos portamos diante das tribulações e sofrimentos?
Será que crescemos com eles ou ainda precisamos passar por mais lutas para aprendermos a gratidão, o valor às coisas certas e a responsabilidade com quem está sofrendo ou passando necessidades?
Temos que pedir perdão ou perdoar?
De que ou de quem estamos fugindo?

São tantas as perguntas a fazer e tantas as respostas a dar... Será que seremos sábios e corajosos o necessário? Este é o nosso grande desafio nesta virada de milênio: Coragem para reconhecer o que precisa ser mudado e ousadia para mudar e deixar neste mundo uma marca de verdadeiros servos de Deus. Será que conseguiremos? Inegavelmente, a trombeta de Deus continua soando. E ela ainda anuncia: "Volta! Retorna para o Deus verdadeiro e para a Sua verdade! Arrepende-te! Responde ao chamado Divino até agora adiado! Ouve a voz profética deste tempo e obedece-a! Deixa as más obras e volta ao primeiro amor..."

Que sejamos maduros o suficiente para assumir nossos erros e pecados e para planejar a nossa vida com objetivos Divinos e dirigidos pelo Espírito de D-us e não apenas empurrá-la com a barriga ou fazer os nossos próprios planos sem consultar o Nosso Maior Conselheiro. Que sejamos humildes para aceitar o perdão de Deus e prosseguir com o sentimento de poder recomeçar a vida como uma criança recém-nascida, sem máculas nos seus registros, deixando as coisas que para trás ficam e avançando para as que estão adiante de nós. Que saibamos usar a nossa liberdade, colocando-a a serviço de Deus e de Seus propósitos neste momento da História. Que sejamos dignos do cumprimento profético deste novo tempo, participando ativamente e não sendo meros espectadores ou desapercebidos, ignorando o que se passa e a sua relação com a profecia bíblica.

Que sejamos a geração que trará o Messias de Israel, Yeshua, Jesus, por guardar a santidade, o amor a Deus acima de tudo e pela coragem de voltar à Bíblia e resgatar o que foi perdido, especialmente no que diz respeito ao amor a Israel e às nossas raízes judaicas. Que sejamos, pois, desapegados deste mundo o suficiente para dizermos de todo o nosso coração:

"Maranatha Yeshua! Baruch Haba B'Shem Adonai!"
"Ora Vem, Senhor Jesus! Bendito o que vem em Nome do Senhor!!"

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